segunda-feira, 28 de maio de 2012

Exibição do filme: “As Bruxas de Salém” de 1996.

Objetivos:(Inquisição / Mercantilismo/Colonialismo)

Nós que ao filme "As bruxas de Salém", notamos que tudo não passava de uma simples brincadeira de criança, algumas meninas e adolescentes (contavam entre nove e vinte anos) foram flagradas à noite numa floresta, algumas nuas, dançando e cantando ao redor de uma fogueira. Na verdade, tratava-se apenas de uma simpatia, mero ritual de invocação de espíritos para satisfação de pedidos de casamento e de desejos de amores não-correspondidos, dirigido por uma escrava de Barbados, chamada Tituba. Tal cena seria esquecida se não fosse o fato de que, inexplicavelmente, as duas meninas mais jovens caíssem em um estranho coma. O fenômeno, obviamente, foi interpretado como feitiçaria, que foi levado muito a sério na colônia americana. Uma delas, Abigail Williams (que na vida real possuía apenas 12 anos na época), que assim como várias meninas de sua idade, tiveram os pais mortos pelos índios, (Winona Ryder), tinha se envolvido com John Proctor (Daniel Day-Lewis), um fazendeiro casado, quando trabalhou para ele, mas após o fim do caso foi despedida. Assim, desejava a morte de Elizabeth Proctor (Joan Allen), a esposa deste. Elas são descobertas no seu "ritual" e, acusadas de bruxaria, provocando uma histeria coletiva que atinge várias pessoas, sendo que Abby, a jovem desprezada por John, faz várias acusações até ver Elizabeth ser atingida.
A peculiaridade do tema, nos da pontos importantes para reflexão histórica: a colonização inglesa na América do Norte, o papel da religiosidade na vida social do cristão, a situação social da mulher no século XVII. O episódio da caça às bruxas ocorreu na localidade de Salém, Massachussets, entre 1692 e 1693, e como qualquer comunidade de colonização puritana na América Inglesa do final do século XVII, possuía em estado latente as tensões que acabaram por desencadear a "caça as bruxas". Com efeito, a colonização da Nova Inglaterra, realizada por comunidades de protestantes ingleses que se autodenominavam "puritanos", foi à construção de uma comunidade sagrada, fora do alcance da perseguição da realeza britânica.

Nessas comunidades, acreditava-se que eram constituídas segundo um plano divino para a redenção humana, era corrente a idéia de que a formação de cidades e vilas relativamente prósperas, num local inicialmente hostil, era sinal de que a mão de Deus os guiava. Os colonos europeus na América do Norte não eram exceção, entre a vida social e a vida religiosa, sentiam a presença de Deus. Por causa disso, muitos dos conflitos sociais dessa época assumiam linguagem religiosa, pois era essa uma das seivas da vida social associando intimamente o poder divino com o poder terreno. Os membros da Igreja puritana reservavam para si os cargos públicos, juntamente por acreditarem que era o dever do Estado apoiar a Igreja, cobravam dos fieis o comparecimento aos cultos, mesmo os que não eram membros, exigiam uma moralidade estrita e tudo mais que aumentasse as possibilidades de salvação de todos os membros da comunidade. Com isto vemos o medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que nos cerca levando o homem a fundar diversos sistemas de crenças, cerimônias e cultos, quase sempre centrados na figura de um ente supremo, que o ajuda na busca da compreensão do significado último de sua própria natureza, deflagrando distúrbios de comportamento que vêm sendo um motivo de preocupação crescente, um comportamento como esse, que vem a ser um sintoma claro de esquizofrenia.


1ª Guerra Mundial - Resumo

1ª Guerra Mundial - Resumo

Eras Geológicas - Fantástica viagem no tempo

PLACAS TECTONICAS GEOLOGIA

INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: HISTÓRICO


1a fase: 1822 a 1930
Período de reduzida atividade industrial, dado a característica agrário-exportadora do país.
Nessa fase, no entanto, ocorrem dois fatos que facilitam a industrialização futura: a Abolição da Escravatura e a entrada de imigrantes, que vão servir e mão-de-obra.

2a fase: 1830 a 1956

O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da "Revolução Industrial" no Brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país) beneficiada pela Crise de 1929 e pela Revolução de 1930).
A Crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência do capital para a indústria, o que associado a presença de mão-de-obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo.
Esta fase, assim como a primeira, tem uma característica inicial de quase exclusividade de indústrias de bens de consumo não duráveis, definindo o período chamado de "Substituição de importações". No entanto, a ação do Estado começa a alterar o quadro, com o Governo Vargas criando as empresas estatais do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETROBRÁS e a CVRD (mineração).

3a fase: 1956 a 1989

Constitui o período de maior crescimento industrial do país em todos os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início a chamada "Internacionalização da Economia", com a entrada de empresas transnacionais, notadamente do setor automotivo.
O processo iniciado por J.K. teve continuidade durante a Ditadura Militar (1964 a 1985), destacando-se o Governo Médici, período do "Milagre Brasileiro", que determinou crescimento econômico, mas também aumento da dívida externa e concentração de renda.

4a fase: 1989 a ...

Esta fase iniciada no Governo Collor com continuidade até o Governo Fernando Henrique marca o avanço do Neoliberalismo no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia.
O modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a CVRD, quanto no setor da infra-estrutura e serviços, como o caso do sistema Telebrás.
Além disso, os últimos anos marcaram a abertura do mercado brasileiro, com expressivas reduções na alíquota de Importação. Por outro lado, houve brutal aumento do desemprego, devido a falência de empresas e as inovações tecnológicas adotadas, com a utilização de máquinas e equipamentos industriais de última geração, necessários para aumentar a competitividade e resistir à concorrência internacional.

A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE

A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.
Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.

A DESCENTRALIZAÇÃO INDUSTRIAL

Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regionalmente e também entre as regiões.
Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABC Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos.
A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
Fonte: www.brasilrepublica.hpg.ig.com.br


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/industrializacao-brasileira/industrializacao-brasileira.php#ixzz1wCF67tgi

sábado, 17 de março de 2012

Localização no espaço geográfico



A Terra, seu eixo e o Equador
A Terra, seu eixo e o Equador
O globo terrestre é uma esfera imperfeita, achatada nos pólos. A esfera terrestre está sempre em rotação no espaço.  O eixo da terra não existe, mas é como se fosse uma trava, fazendo com que ela gire somente para os lados como e fosse uma bola presa por dois parafusos. O pólo superior a terra, é conhecido como pólo norte, enquanto o pólo inferior é conhecido como pólo sul.
Além dos pólos para a referência temos os paralelos e os meridianos que nos auxiliam a nos orientar na terra. Osparalelos são linhas imaginárias que está na horizontal no globo, enquanto os meridianos são linhas imaginárias verticais. Veja a imagem da próxima página.
Ambos, paralelos e meridianos fazem a volta no planeta, onde um paralelo cruza com um meridiano, forma uma coordenada geográfica, que dá uma localização exata de um ponto no globo terrestre.
Os paralelos são as linhas horizontais do planeta, o paralelo central do globo recebe o nome de equador, ou linha do equador. Ele divide o globo entre norte e sul, acima o equador é norte e abaixo do equador é sul. Países como os Estados Unidos, estão acima da linha do equador, por isso diz-se que ele está no hemisfério norte o globo. Enquanto países como a Austrália, e a maior parte do Brasil estão abaixo da linha do Equador, por isso diz-se que estão no hemisfério sul do continente. Já os meridianos, por serem linhas verticais, dividem lateralmente o globo, deixando os países que estiverem à esquerda do meridiano principal, de países do hemisfério oeste, enquanto os que estiverem à direita, de hemisfério leste. Essa linha vertical que divide o mundo entre leste e oeste, recebe o nome de Meridiano de Greenwich.
Os Meridianos e Paralelos no Mundo
Os Meridianos e Paralelos no Mundo

Processos de Orientação 6º Ano

1. ORIENTAÇÃO PELO SOL
Apesar de ser a Terra e não o sol a mover-se, podemos dizer que o sol nasce aproximadamente a ESTE. Ao meio-dia, se estivermos voltados para o sol, ele aponta-nos o SUL, ficando a nossa sombra a apontar o NORTE. Por fim, ele irá pôr-se a OESTE.
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Fonte da imagem: CNE Escutismo.

Este também pode chamar-se Nascente ou Oriente. O Oeste também pode designar-se Poente ou Ocidente.

2. ORIENTAÇÃO PELAS ESTRELAS
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Estrela Polar indica sempre a direcção do NORTE e só é visível no hemisfério Norte. 


É a última estrela da "cauda" da constelação Ursa Menor.
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No hemisfério Sul também existe uma constelação que nos pode ajudar caso necessitemos de orientação. 

Chama-se Cruzeiro do Sul e, como o nome indica, aponta-nos o SUL.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Geografia 6º Ano


A GEOGRAFIA: PAISAGEM, ESPAÇO E LUGAR

1 – INTRODUÇÃO
  • Para que estudar Geografia?
  • Estudando Geografia, podemos entender melhor o mundo em que vivemos. Podemos compreender como as diferentes sociedades se relacionam com a natureza, além de identificar as principais características do lugar onde moramos e de muitos outros lugares.
  • Também podemos aprender que as paisagens são produzidas e modificadas ao longo do tempo pelos seres humanos e pela natureza.
  •  Na Geografia, conceitos de Paisagem, Espaço e Lugar são importantes para a compreensão do mundo em que vivemos.
2 – A PAISAGEM
  • A paisagem é tudo aquilo que nossos olhos conseguem captar (enxergar).
  • Existem dois tipos de paisagens: Natural e Artificial.

A) PAISAGEM NATURAL
  •  Paisagem Natural é aquela que predominam os elementos naturais, que foram construídos pela natureza.
  • Os elementos naturais são: montanhas, serras, rios, lagos, vegetação, animais, rochas, solo, flores, etc.

B) PAISAGEM ARTIFICIAL
  • Paisagem Artificial ou Cultural é aquela que predominam os elementos artificiais, que foram construídos pelo homem.
  • Os elementos artificiais são: casas, prédios, pontes, rodovias, ruas, plantações, lojas, banco, etc.

3 – O ESPAÇO GEOGRÁFICO
  • Espaço Geográfico é o conjunto integrado de paisagens resultantes de fenômenos naturais e da ação humana.
  • Em outras palavras, o Espaço Geográfico é toda a superfície da terra.
  • No espaço geográfico encontramos os elementos naturais, artificiais e invisíveis.
  • Os elementos naturais são: montanhas, serras, rios, lagos, vegetação, animais, rochas, solo, flores, etc.
  • Os elementos artificiais são: casas, prédios, pontes, rodovias, ruas, plantações, lojas, banco, etc.
  • Os elementos invisíveis são: o barulho dos carros, os odores da poluição, os ventos, o barulho das pessoas ou os laços de amizade entre os seres humanos, etc.

3 – O LUGAR
  • Lugar é uma porção ou parte do espaço onde vivemos nosso dia-a-dia, em interação com uma paisagem, ou seja, numa relação de vínculo e de convívio.
  • Exemplos de lugares temos: nossa casa, nossa rua, nossa escola, a casa de um amigo, de um parente, seu lugar na sala de aula, etc.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

    QUESTÃO 01 Para que estudar Geografia?

    QUESTÃO 02 O que é Paisagem?

    QUESTÃO 03 Quais são os tipos de Paisagens?

    QUESTÃO 04 O que é Paisagem Natural?

    QUESTÃO 05 O que é Paisagem Artificial?

    QUESTÃO 06 Cite exemplos de Elementos da Paisagem Natural.

    QUESTÃO 07 Cite exemplos de Elementos da Paisagem Artificial.

    QUESTÃO 08 O que é Espaço Geográfico?

    QUESTÃO 09 Cite exemplos de Elementos Invisíveis.

    QUESTÃO 10 O que é Lugar?

    QUESTÃO 11 Cite exemplos de Lugares que você conhece.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Importância da Filosofia


Sempre que fazemos, pensamos, vemos ou vivemos momentos em nossas vidas, a filosofia esta sempre presente, sendo parte integrante dela, analisando profundamente o passado em sua fonte, ou descrevendo como deveria ser em seu futuro. O homem é o principal objeto da filosofia.
Ignorada a sua importância, a filosofia sofre o preconceito quanto a sua utilidade e seu objetivo, sendo marginalizada dentre as demais ciências do conhecimento, pois não sendo uma ciência de exatas ou técnicas, ela é desprezada. Sua intenção é estimular consciência, o pensamento e alimentar sempre uma posição questionadora do homem, que conseqüentemente não é do interesse da classe dominante da sociedade, que poderá ser perigosa ter a essência da verdade á mostra.
A filosofia traz ao homem o desejo do conhecimento de si próprio, faz refletir sobre a sua posição no universo, sempre buscando a verdade e almejando uma utopia, está disponível para todos, mas poucos a usufruem, como é definido entre o sábio e as massas.
Se o homem começa a pensar filosoficamente, teria que mudar toda a sua vida radicalmente, pois seus conceitos mudariam, entretanto o medo do novo, do desconhecido e o comodismo da vida, acostumados aos problemas sociais e econômicos do dia a dia, não o fazem buscar a filosofia, vivendo assim em uma antifilosofia.
Entretanto, a antifilosofia também é um tipo de filosofia, se o homem em busca da sua verdade adota a filosofia, passará a interrogar sempre sobre tudo em seu universo, prevendo assim tendências neste mesmo universo, criando uma fusão entre a verdade atual e a revelação de seu futuro.
É conveniente para o homem moderno afastar-se da filosofia, pois, em meio de uma falsa democracia a qual vivemos, alem de corrupta, tem seu domínio não mãos de poucos que determinam a linha de vida política, econômica e social de muitos, objetivando só e exclusivamente o poder, ficando cegos para o que realmente acontece em seu meio.
Assim, cria-se uma tranqüilidade infinita, do pressuposto que o seu amanha será igual ao seu hoje, só com visões de melhoria socioeconômicas, não vendo que a nossa verdade hodierna tende a uma conseqüente extinção de toda a vida terrena, já que fingindo não ver, seguidas construções de maquinas para aniquilações, bombas, conflitos, poluições, armas e doenças químicas, terrorismo com atos cada dia mais hediondo, manipulação da radioatividade, violência e mortes nas cidades e estradas mundiais, alterações na natureza modificando irresponsavelmente o meio ambiente e afetando seu ciclo natural e seu equilíbrio, escassez de viveres, violência entre os semelhantes, e tudo isso se passa por despercebido como normal e cotidiano sem a preocupação de onde nos levará.
Embora desprezada e vitima de preconceito, a filosofia iria abrir a mente das civilizações, não se deixando iludir por uma falsa sensação de confiança e considerar a hipótese de uma inevitável catástrofe letal, que poderá extinguir a vida na terra. 
Autoria: Sidnei Pinheiro Filho

Abordagens sobre a escravidão

A escravidão, também conhecida como escravismo ou escravatura, foi a forma de relação social de produção adotada, de uma forma geral, no Brasil desde o período colonial até o final do Império. A escravidão no Brasil é marcada principalmente pelo uso de escravos vindos do continente africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas foram vítimas desse processo.
Os escravos foram utilizados principalmente em atividades relacionadas à agricultura – com destaque para a atividade açucareira – e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e/ou urbanos.A escravidão só foi oficialmente abolida no Brasil com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. No entanto, o trabalho compulsório e o tráfico de pessoas permanecem existindo no Brasil atual, a chamada escravidão moderna, que difere substancialmente da anterior.
Os índios e o surgimento da escravidão no Brasil
Não é possível entender o Brasil sem antes entender a escravidão no Brasil, já disse uma grande estudiosa do tema. Antes da chegada dos portugueses a escravatura não era praticada no Brasil. Há grande dificuldade em se analisar a sociedade e os costumes indígenas devido à diferença entre a nossa cultura e a dos índios, e ainda hoje existem fortes preconceitos em torno da temática, sem contar a falta de dados, da diversidade de documentos escritos e da dificuldade de se obtê-los. Os europeus, quando aqui chegaram, encontraram uma população bastante parecida em termos culturais e linguísticos. Esses indígenas se encontravam espalhados pela costa e pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai. Não obstante a semelhança de cultura e língua, podemos distinguir os indígenas em dois grandes blocos: os tupis-guaranis e os tapuias. Os tupis-guaranis se localizavam numa extensão que vai do litoral do Ceará até o Rio Grande do Sul. Os tupis ou tupinambás dominavam a faixa litorânea do norte até a Cananeia, no sul do atual Estado de São Paulo; os guaranis, na bacia do Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananeia e extremo sul do Brasil de anos mais tarde. Em alguns pontos do litoral, outros grupos menores dominavam. Era o caso dos goitacases, na foz do rio Paraíba, e pelos aimorés no sul da Bahia e norte do Espírito Santo ou ainda pelos tremembés no litoral entre o Ceará e o Maranhão. Esses outros grupos eram chamados de tapuias pelos tupis-guaranis, pois falavam outra língua.Entre as tribos indígenas, além das atividades como a caça, a coleta de frutas, a pesca e, é claro, a agricultura, havia também guerras e capturas de inimigos. Para a agricultura usavam a terra até seu esgotamento relativo. Depois se mudavam definitiva ou temporariamente para outras áreas. A derrubada de árvores e as queimadas eram um modo costumeiro de preparar a terra para a lavoura e essa técnica foi incorporada mais tarde pelos colonizadores. Plantavam feijão, milho, abóbora e especialmente mandioca da qual faziam a farinha, que se tornou um alimento básico no Brasil a partir do período colonial. A economia era destinada ao consumo próprio, sendo basicamente de subsistência, e cada aldeia produzia apenas para suprir suas próprias necessidades, havendo assim pouca troca de mercadorias entre aldeias. Mas existiam, sim, contato entre as aldeias para a troca de mulheres e de bens de luxo, como penas de tucano e de pedras para se fazer botoque. Dessas trocas nasciam alianças entre as tribos, que se viam obrigadas a lutar uma ao lado da outra quando qualquer delas fosse atacada. Daí nasceram as guerras entre as tribos e a captura de índios e inimigos de uma mesma tribo.É bom não confundir o simples apresamento de inimigos com escravização, que é mais complexa. Tais inimigos, quando capturados, recebiam um tratamento diferenciado, eram bem alimentados, às vezes andando livremente pela tribo e ajudando na caça e, inclusive, obtendo da tribo, consentidamente, favores sexuais das índias. Isso se prolongava até chegar o dia em que eram mortos em meio à celebração de um ritual canibalístico, cujo costume se baseava na crença de que a bravura do guerreiro inimigo passaria ao vencedor quando este se alimentasse da carne daquele outro bravo guerreiro. Toda a tribo participava desse ritual e cabia a cada parcela da tribo (crianças, mulheres, guerreiros e velhos) uma parte específica do corpo do adversário vencido. O movimento artístico de 1922, chamado Movimento Antropofágico, tinha como base tais princípios. Com a chegada dos portugueses os índios seus aliados passam a vender muitos dos seus prisioneiros em troca de mercadorias. Este comercio era chamado de resgates. No entanto, só podiam ser resgatados os índios de corda, aqueles que eram prisioneiros ou escravos capturados nas guerras tribais e que iriam ser devorados; e os índios capturados nas guerras justas, operações militares organizadas pelos colonos ou pela coroa. A lei de 1610 decreta que o índio assim resgatado só poderia ficar escravizado por 10 anos. Esta lei foi alterada em 1626 para que os índios pudessem ser escravizados por toda a vida. Em 1655 uma nova lei proibia fazer guerra contra os índios sem ordem do rei e impedia qualquer tipo de violência contra eles. Os índios convertidos ao cristianismo não poderiam servir os colonos mais tempo do que o regulamentado pela lei, deveriam viver livres dirigidos pelos seus chefes e padres da companhia. Estas regulamentações desagradaram os colonos que em 1661 repetidamente se motinaram em protesto.Durante o período pré-colonial (1500 – 1530), os portugueses desenvolveram a atividade de exploração do pau-brasil, árvore abundante na Mata Atlântica naquele período. A exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que as florestas estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os portugueses desenvolveram um tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em troca de mercadorias europeias baratas e desconhecidas, como espelho e pedaços de pano, os índios extraíam e transportavam a valiosa madeira para os portugueses até o litoral.A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo de vida indígena, com elementos desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da antropofagia, os colonos passam então a alimentar uma certa desconfiança em relação aos índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos tentam submetê-los à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao trabalho compulsório nas lavouras, já que não dispunham de mão-de-obra.A escravidão no Brasil segue assim paralelamente ao processo de desterritorialização sofrido por estes. Diante dessa situação, os nativos só tinham dois caminhos a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.Houve reações em alguns os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Essa reação indígena contra a dominação portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas desconheciam a hierarquia e, consequentemente, não aceitavam o trabalho compulsório.[carece de fontes?] Antes dos estudos etnográficos mais profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que os índios eram simplesmente "inaptos" ao trabalho, tese que não se sustenta depois de pesquisas antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em decorrência dos maus-tratos recebidos dos colonos, mas também em decorrência de doenças que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças venéreas e a varíola e mais tarde pelos escravos africanos.Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-de-obra em outro lugar: no continente africano. Essa busca por escravos na África foram incentivados por diversos motivos. Os portugueses, reinóis e colonos, tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova colônia, e a resposta estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, por sua vez, exigia numerosa mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico negreiro africanos foi a alternativa descoberta, iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a escravidão dos índios perdura até meados do século XVIII.Os negros vinham em navios negreiros da África do Sul. Eram escravos. Sofriam castigos físicos, eram apartados definitivamente de seus familiares.
A escravização indígena e africana - o lucrativo tráfico negreiro
Recibo de compra e venda de escravos. Rio de Janeiro, 1851.A escravidão ameríndia foi a principal forma de obtenção de escravos pelos europeus após a descoberta da América. A partir de 1530, com a colonização portuguesa tomando forma, a razão de ser do Brasil passou a ser a de fornecer aos mercados europeus gêneros alimentícios ou minérios de grande importância. A metrópole portuguesa passou a incentivar um comércio que tinha suas bases em alguns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentadas na grande propriedade. Assim, por causa da decisão lusitana em exportar poucos produtos tropicais em grande escala para a Europa, nasceu em Portugal uma justificativa para a existência do latifúndio no Brasil. Após a captura, os índios eram forçados a executar um duro trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, onde eram supervisionados, explorados e maltratados. Os portugueses que vinham para o Brasil não desejavam executar o trabalho que a produção de açúcar exigia. Isso se explica em parte porque a tradição católica e ibérica desprezava o trabalho manual, considerando-o como "coisa de escravo". Os índios capturados nas guerras tribais também começaram a ser vendidos aos colonos em vez de permanecerem escravos na aldeia do seu captor.Os índios sofreram violência cultural, epidemias e mortes. Eles eram difíceis de escravizar por vários motivos. Um desses era a incompatibilidade com um trabalho intensivo, regular e obrigatório, como pretendidos pelos europeus. Não eram vadios ou preguiçosos, apenas faziam o que era necessário à sua sobrevivência. Nada difícil em épocas de abundância de peixes, frutas e animais. Eles empregavam grande parte de sua energia nos rituais e nas guerras. Noções como a de produtividade eram estranhas ao entendimento deles. Outras formas de resistência foram as fugas, a guerra e a recusa ao trabalho compulsório. Outro fator importante que desestimulou a escravização indígena foi a catástrofe demográfica, pois eles não tinham defesa biológica contra as doenças europeias como sarampo, varíola, gripe. Outro fator foi o conhecimento indígena dos relevos, das terras americanas, posto que o interior permanecia quase inexplorado pelos invasores portugueses. Isso facilitou uma maior organização de ataques contra as fazendas e fortes portugueses distribuídos ao longo da faixa litorânea brasileira. Além disso, a partir de um certo momento, a própria Igreja Católica passou, através principalmente dos jesuítas, a fazer um trabalho de catequização junto aos índios, dificultando aos comerciantes e colonos portugueses a escravização dos nativos. Isso provocou inúmeros atritos entre os padres e os colonos. Mas não significa que os padres tratavam os índios com respeito, muito menos no que se refere à cultura indígena. A cultura dos índios, suas crenças religiosas eram consideradas pelos padres inferior se comparadas à cristã. Os padres chegavam mesmo a duvidar que os índios fossem pessoas.As línguas indígenas, apesar de parecidas, não ajudavam a formar uma nação indígena, coesa contra ataques externos, representando apenas grupos dispersos, muitas vezes em conflito. Isso permitiu aos portugueses encontrar aliados indígenas na luta contra os grupos que lhes resistiam. Uma forma de resistência aos colonizadores, principalmente à escravização, foi o isolamento, alcançado por meio de permanentes deslocamentos para áreas mais pobres. Os que assim procederam conseguiram, com algum sucesso, a preservação de uma herança biológica, social e cultural. Se bem que há tribos isoladas que por comercializarem diretamente com empresas estrangeiras, falam sua língua materna mas também um inglês rudimentar para viabilizar os negócios. Como resultado, temos hoje tanto grupos indígenas mais isolados como grupos indígenas que sofreram uma maior mestiçagem, tanto no aspecto biológico como social e cultural, mostrando sua influência na formação da sociedade brasileira. Certamente, o encontro desses povos com os europeus foi catastrófico, pois de uma população tão numerosa - embora os cálculos variem enormemente, entre 2 milhões e mais de 5 milhões - apenas entre 300 mil e 350 mil indígenas existam atualmente em território nacional.Além disso, a escravização indígena era uma atividade que gerava lucros internos, ou seja, a metrópole portuguesa não se beneficiava com ela. Portanto, a preferência pelo trabalho escravo negro e não pelo índio se deve ao fato de que o comércio internacional de escravos trazidos da costa africana era tão tentador que acabou se transformando no negócio mais lucrativo da Colônia. Portugueses, holandeses e, no final do período colonial, brasileiros disputaram o controle dessa área tão lucrativa. Portanto, o tráfico se tornou mais do que um meio de prover braços para a grande lavoura de exportação, mas uma potencial fonte de riqueza para quem vendia os escravos, tratados como coisa, produto. Devido às dificuldades encontradas em escravizar os índios, a partir de 1570 a Coroa portuguesa passou a incentivar a importação de africanos, tomando também medidas para tentar evitar a escravização desenfreada e o morticínio indígena. Porém, a transição da escravização indígena para a negra africana se deu de maneira diferente na América portuguesa, variando no tempo e no espaço. Ela acabou mais rapidamente no núcleo mais importante da empresa mercantil, destinada à exportação de produtos agrícolas em grande escala. E demorou mais para acabar nas regiões periféricas, como é o caso de São Paulo.Esses fatores contribuíram para que a mão-de-obra africana fosse inserida nas lavouras brasileiras, sendo obtida através do tráfico de escravos vindos principalmente das colônias portuguesas na África. A atividade do tráfico negreiro inicia-se oficialmente em 1559, quando a metrópole portuguesa decide permitir o ingresso de escravos vindos da África no Brasil. Antes disso, porém, transações envolvendo escravos africanos já ocorriam no Brasil, sendo a escassez de mão-de-obra um dos principais argumentos dos colonos.Capturados nas mais diversas situações, como nas guerras tribais e na escravização por dívidas não pagas, os escravos africanos provinham de lugares como Angola e Guiné. Eram negociados com os traficantes Africanos (negros, também) em troca de produtos como fumo, armas e aguardentes e transportados nos chamados navios negreiros. Esses navios tinham destinos como as cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís, e delas eram transportados para regiões mais distantes. Durante as viagens, muitos escravos morriam em decorrência das péssimas condições sanitárias existentes nas embarcações, que vinham superlotadas. Quando desembarcavam em solo brasileiro, os escravos africanos eram vendidos em praça pública. Os mais fortes e saudáveis eram os mais valorizados.A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização holandesa. Os holandeses passaram a importar escravos para trabalhar nas plantações. A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais começou a traficar escravos da África para o Brasil.Havia protestos, embora por vezes distantes, sem continuidade e sem medidas coercitivas, contra os maus tratos. Em 1º de março de 1700 por exemplo, o Rei de Portugal D. Pedro II escreveu uma carta indignada ao governador-geral D. João de Lencastre sobre os maus tratos dados aos escravos no Brasil: «... Não lhe dando fardas e outros nem ainda farinha», e comentando dos «cruéis castigos, por dias e semanas inteiras, havendo alguns que por anos se acham metidos em correntes, sendo mais cruéis as senhoras em alguns casos para com as escravas, apontando-se alguns que obram tanto os senhores como as senhoras com tal crueldade como são pingar de lacre e marcar com ferro ardente nos peitos e na cara, executando neles a mutilação de membros. De Francisco Pereira de Araújo se diz que cortou as orelhas a um, e pingou com lacre; outro veio do sertão, a quem o senhor cortou as partes pudendas, entendeu com uma sua negra; de outro, que se curou no hospital, se diz que foi tão cruelmente açoitado do seu senhor que lhe provocara especialmente o rigor da Justiça Divina, pelo que é de razão». Diz ainda de castigos que se fazem por suspensão de cordas em árvores, para que os mosquitos os estejam picando e desesperando, sobre os açoitarem e pingarem com a mesma crueldade que fazem os demais...»Houve muito alvoroço com a necessidade de mão-de-obra nas Minas Gerais. Datado de 26 de março de 1700, um Bando do Governador do Rio Artur de Sá e Menezes proibiu que fossem transportados para as Minas escravos de cana e mandioca, enquanto ao mesmo tempo a Câmara se dirigia ao Conselho Ultramarino e pedia providências para facilitar entrada de africanos. Conseguiu duas medidas: a instituição de um tributo de 4$500 por cada escravo tirado de engenhos e despachado para as Minas, (e desde Carta Real de 10 de junho de 1699 havia direitos de entrada de 3$500 por cada negro vindo da África para o Rio de Janeiro) e a liberdade de comércio de negros e do tráfico. A própria Coroa traficava: e desde a Carta Régia de 16 de novembro de 1697 o preço de cada negro vendido era 160$000; em 1718 o preço tinha subido a 300$000, embora custo fosse de apenas 94$000.A atividade do tráfico negreiro foi extremamente lucrativa e perdurou até 1850, sendo oficialmente extinguida nesse ano com a Lei Eusébio de Queirós.